A tabela de partição define como os dados são organizados em um disco e é essencial para que o sistema operacional entenda como acessar e gerenciar as partições. Existem dois principais tipos de tabelas de partição: MBR (Master Boot Record) e GPT (GUID Partition Table), usados em Linux, Windows, macOS e outros sistemas.
1. MBR (Master Boot Record)
O MBR é o formato mais antigo, usado desde os anos 80. Ele ocupa os primeiros 512 bytes do disco e contém:
- O bootloader (responsável por carregar o sistema operacional).
- A tabela de partição, que suporta até 4 partições primárias.
- Um identificador de disco.
Limitações do MBR
✅ Suportado por praticamente qualquer sistema operacional.
✅ Simples e confiável para discos pequenos.
❌ Limite de 4 partições primárias (ou 3 primárias + 1 estendida, que pode conter partições lógicas).
❌ Suporte para discos de até 2 TB.
❌ Não foi projetado para redundância ou recuperação avançada.
Suporte do MBR em Diferentes Sistemas Operacionais
- Linux: Suportado, mas não recomendado para novos sistemas.
- Windows: Suporta MBR, mas impõe restrições em inicialização via UEFI.
- macOS: Suporte limitado, prefere GPT.
2. GPT (GUID Partition Table)
O GPT é um padrão mais moderno, introduzido com o UEFI para substituir o MBR. Ele armazena múltiplas cópias da tabela de partições no disco, tornando-o mais seguro e resistente a falhas.
Vantagens do GPT
✅ Suporte para discos maiores que 2 TB.
✅ Permite até 128 partições (sem necessidade de partição estendida).
✅ Armazena múltiplas cópias da tabela de partição para recuperação.
✅ Suporte para checksums via CRC32, aumentando a confiabilidade.
❌ Pode não ser compatível com sistemas antigos que usam BIOS.
Suporte do GPT em Diferentes Sistemas Operacionais
- Linux: Suporte total, preferido para novos sistemas.
- Windows: Suportado a partir do Windows Vista, necessário para inicialização via UEFI.
- macOS: Utiliza GPT como padrão desde o Intel Mac OS X.
3. Comparação Rápida entre MBR e GPT
Característica | MBR | GPT |
---|---|---|
Máximo de partições | 4 primárias (ou 3 + 1 estendida) | 128 |
Suporte para discos maiores que 2 TB | ❌ Não | ✅ Sim |
Armazena múltiplas cópias da tabela de partição | ❌ Não | ✅ Sim |
Integridade e recuperação | ❌ Baixa | ✅ Alta |
Compatibilidade com BIOS | ✅ Sim | ⚠️ Somente com UEFI ou BIOS com suporte |
Suporte no Windows | ✅ Sim | ✅ Sim (necessário para UEFI) |
Suporte no macOS | ⚠️ Limitado | ✅ Sim |
4. Ferramentas para Gerenciar Partições em Diferentes Sistemas Operacionais
Linux
fdisk
→ Gerenciamento básico de partições MBR.gdisk
→ Similar aofdisk
, mas para GPT.parted
→ Trabalha com MBR e GPT.lsblk
→ Exibe informações sobre discos e partições.blkid
→ Mostra UUIDs e tipos de sistemas de arquivos.mkfs
→ Formata partições com sistemas de arquivos (ext4, xfs, etc.).
Windows
diskpart
→ Utilitário CLI para gerenciamento de partições.- Gerenciamento de Disco → Interface gráfica para gerenciar partições.
mbr2gpt
→ Converte discos MBR para GPT sem perda de dados (Windows 10+).
macOS
diskutil
→ Gerenciamento de discos via terminal.- Utilitário de Disco → Interface gráfica para criar, redimensionar e formatar partições.
5. Qual Escolher?
- Se o seu sistema usa BIOS e precisa de compatibilidade máxima, use MBR (mas tenha em mente a limitação de 2 TB).
- Se o sistema suporta UEFI e você trabalha com discos grandes, use GPT.
- Se você está montando um servidor ou precisa de redundância, GPT é a melhor escolha.
- Para macOS, GPT é obrigatório.
Conclusão
A escolha entre MBR e GPT depende do hardware e das necessidades do usuário. Para novos sistemas, GPT é altamente recomendado devido às suas vantagens em capacidade, segurança e recuperação de dados.